17.12.08

Também tenho um plano de combate à crise.

Tenho tido muito pouco tempo para escrever. E se esta crise - e todos os seus lamentáveis episódios - tem matéria para reflexão em voz alta e pena afiada...

Contudo, fui aproveitando para congeminar o meu plano anti-crise que hoje, aqui e agora, torno público.

Na linha da aflição demonstrada pelos governos mais poderosos e da preocupação, empenho e criatividade dos políticos mais ilustres de aquém e além mar, eis-me alcandroado a um nível de pensamento global só ao alcance de um Barroso, Sarkozy ou Berlusconi, políticos de elevadíssima craveira.

E o que é curioso, é que o meu plano é da mais modesta e límpida simplicidade e nem precisa de recorrer ao dialecto economez/financez para ser explicado. Sem mais delongas, vamos à coisa:

Os dois dados de base:

1. Os políticos em cada país são eleitos para representarem os seus eleitores, para dirigirem a economia, as finanças e todos os outros demais domínios da governação. Foram eleitos para liderar e não para serem liderados ou tutelados por interesses particulares ou pelo estrito grupo dos endinheirados e poderosos;

2. Mas se nas actuais circunstâncias não lideram nada, se estão na mão de quem não tem de mandar, se em vez de dirigirem são dirigidos, se isso provoca crises cíclicas e cada vez mais graves, se isso depaupera o planeta, se isso fomenta a guerra, se isso provoca o alastramento da fome e da pobreza;

A solução anti-crise só pode ser uma: Fazer o poder mudar de mãos. Promover outro exercício do poder. Exigir - quotidianamente - outras políticas. Ou seja, os senhores que estão e que estiveram, façam favor de sair!

Não vejo outra solução, para pôr termo às crises e ao aperto do cinto, ano após ano, legislatura após legislatura.

Serei ingénuo ? Não creio.

Ingénuos serão certamente aqueles que acreditam e repetem as balalelas da "regulação", das "reformas", dos "mercados", da "livre concorrência" e outros chavões martelados até à exaustão por órgãos de comunicação social, políticos ao serviço do status quo e economistas subjugados ou dependentes dos restos que lhes deixam os "afortunados" do sistema.

Até a Bela Adormecida um dia acordou!

O pior seria mesmo acordarmos sobressaltados por fenómenos - globais - descontrolados como o que grassa na Grécia. E toda a gente já percebeu que aquilo não é um problema de polícia, não já ?!... Tal como na França não foi.

O ingénuo serei eu ?!...

Portanto, proponho para combate sério à crise: vamos à mudança. mudemos os políticos. rejeitemos todos que transportam no seu bojo político os germens das crises!

Salvem os ricos!