29.9.08

Robin dos Bosques ao contrário ?


Os EUA, passam a vida a tentar ter história e a fazer história e, vezes sem conta, a tentar mudar a história.

Este problema de identidade, recorrente, tanto lhes dá para o bem como para o mal (a dictomia que as Administrações americanas e Hollywood tanto gostam para simplificar artificialmente o mundo e, em regra, fazerem como Salazar: quem não é por mim, é contra mim!)

Agora, decidiram criar um novo Robin dos Bosques. Ou seja, a versão malévola do original: o Robin dos Bosques que rouba aos pobres para dar aos ricos, chamando-se oficialmente Lei para a Estabilidade Económica de Emergência.

Resumida e simplificadamente, a lógica desta coisa é assim: quando os especuladores de Wall Street lucram milhões e milhões de dólares com as suas actividades bem pouco produtivas, magnífico. Disputam a sua classificação no ranking dos ricos da Revista Forbes, exibem a sua opulência, dão-nos conselhos de como governar a nossa casa e o nosso país e não me lembro, de que alguma vez tenham dividido os fabulosos lucros com os contribuintes e com os trabalhadores.

Quando a actividade especulativa e as vigarices lhes correm mal e arrastam as economias para o descalabro, então há que dividir o prejuízo por todos.

Ou seja, salva-se a especulação, os bancos, a livre concorrência e o sacrossanto mercado, com os impostos daqueles que trabalham honestamente e, quantas vezes, com sacríficios inexplicáveis, tal a carga de impostos que têm sobre os magros salários.

Hoje, logo pela manhã, ainda me consegui espantar com o que ouvia numa rádio. Assegurava o jornalista de serviço, que a Administração norte-americana, desejava com este seu "plano" para "salvar" a economia, "assegurar a rentabilidade dos accionistas" dos bancos em risco de falência.

E mais não digo. Que cada um julgue os Bushs, Barrosos, Sarkozys e Sócrates que pululam por aí a endeusar "o mercado", "as economias globalizadas", "o empreendorismo" e a "governância".

As consequências para o bolso e vida dos contribuintes estão à vista...

Alguém conhece um “plano” semelhante para “salvar” os trabalhadores insolventes que já não conseguem pagar as suas casas aos Bancos em consequência dos aumentos das taxas de juro, dos aumentos especulativos dos preços dos combustíveis - e em resultado -, dos aumentos dos bens alimentares, dos preços da saúde e da educação?