17.6.95

O estranho caso das conversas de corredor

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Ou porque é que o vereador-deputado-advogado-colunista corre-corre?


Este poderia bem ser o título tomado de empréstimo a um dos policiais de Erle Stanley Gardener. Uma "estória" simples e estranha, marcada pela urgência, a ansiedade, o corre-corre, o sobe e desce, o entra na sala-sai da sala; o entra proposta-sai proposta; o requisita projecto-devolve projecto; o aprova a acta-desaprova a acta, do Sr. Vereador-deputado-advogado-colunista.
Desperta-nos a atenção, porque parece ser uma "estória" que já lemos e argumento de um filme que já vimos. Para além de umas "novidades formais" e de retoques "pós-modernos" que ostenta, lembra à légua, autor(es) bem conhecido(s), que marcaram com estranhas "estórias" (quem não se lembra do "caso buraco olaio" e do "caso da urbanização do infantado" e do"caso..." e do "caso...") a década de 70 no Concelho de Loures.
Sejamos claros, em época de transparências: No momento, em que o país e a sua principal instituição política - a Assembleia da República - discutem a problemática da transparência e directa ou indirectamente (com demagogia ou sem ela) se alertam os cidadãos para a necessária visibilidade da vida pública e moralização da acção dos agentes políticos, tudo indica que em Loures, haverá quem corra contra o tempo e seja pouco transparente na sua conduta.
É que se levantam dúvidas, sobre que interesses vão sendo defendidos no frenesim processual em curso e, quando se atacam feroz e infundadamente os serviços municipais responsáveis pela gestão urbanística (logo, responsáveis por controlarem interesses imobiliários e especulativos, por autorizações de novas construções, etc., etc.).
Para já, parece não ser de admitir, que se verifiquem "conflitos de interesses", isto é, que um Sr. Vereador da Câmara Municipal, (por acaso) advogado, defenda interesses (particulares) de eventuais clientes seus. Talvez não seja também de admitir, que o financiamento das empresas aos partidos e a campanhas eleitorais milionárias, tenham alguma relação com o caso, mas...
Está ainda bem presente a gestão PS da Câmara Municipal de 1976/79 e a Comissão Administrativa, dirigida pelo mesmo partido em 1980, que deixou ao Concelho de Loures pesadíssima herança urbanística, fruto não só da sua acção incompetente, mas muito como resultado de promiscuidades entre interesses públicos e interesses privados.
Convém recordar e avisar a "navegação", porque ESSA ESTÓRIA JÁ LEMOS, ESSE FILME JÁ VIMOS, PARA ESSE PEDITÓRIO JÁ DEMOS.

in Vento Novo