17.12.08

Também tenho um plano de combate à crise.

Tenho tido muito pouco tempo para escrever. E se esta crise - e todos os seus lamentáveis episódios - tem matéria para reflexão em voz alta e pena afiada...

Contudo, fui aproveitando para congeminar o meu plano anti-crise que hoje, aqui e agora, torno público.

Na linha da aflição demonstrada pelos governos mais poderosos e da preocupação, empenho e criatividade dos políticos mais ilustres de aquém e além mar, eis-me alcandroado a um nível de pensamento global só ao alcance de um Barroso, Sarkozy ou Berlusconi, políticos de elevadíssima craveira.

E o que é curioso, é que o meu plano é da mais modesta e límpida simplicidade e nem precisa de recorrer ao dialecto economez/financez para ser explicado. Sem mais delongas, vamos à coisa:

Os dois dados de base:

1. Os políticos em cada país são eleitos para representarem os seus eleitores, para dirigirem a economia, as finanças e todos os outros demais domínios da governação. Foram eleitos para liderar e não para serem liderados ou tutelados por interesses particulares ou pelo estrito grupo dos endinheirados e poderosos;

2. Mas se nas actuais circunstâncias não lideram nada, se estão na mão de quem não tem de mandar, se em vez de dirigirem são dirigidos, se isso provoca crises cíclicas e cada vez mais graves, se isso depaupera o planeta, se isso fomenta a guerra, se isso provoca o alastramento da fome e da pobreza;

A solução anti-crise só pode ser uma: Fazer o poder mudar de mãos. Promover outro exercício do poder. Exigir - quotidianamente - outras políticas. Ou seja, os senhores que estão e que estiveram, façam favor de sair!

Não vejo outra solução, para pôr termo às crises e ao aperto do cinto, ano após ano, legislatura após legislatura.

Serei ingénuo ? Não creio.

Ingénuos serão certamente aqueles que acreditam e repetem as balalelas da "regulação", das "reformas", dos "mercados", da "livre concorrência" e outros chavões martelados até à exaustão por órgãos de comunicação social, políticos ao serviço do status quo e economistas subjugados ou dependentes dos restos que lhes deixam os "afortunados" do sistema.

Até a Bela Adormecida um dia acordou!

O pior seria mesmo acordarmos sobressaltados por fenómenos - globais - descontrolados como o que grassa na Grécia. E toda a gente já percebeu que aquilo não é um problema de polícia, não já ?!... Tal como na França não foi.

O ingénuo serei eu ?!...

Portanto, proponho para combate sério à crise: vamos à mudança. mudemos os políticos. rejeitemos todos que transportam no seu bojo político os germens das crises!

Salvem os ricos!

7.11.08

Nas próximas eleições


No próximo ano teremos vários actos eleitorais.


Seguramente, num ano marcado pela crise (há quantos anos não o são ?!...) financeira e, tudo o indica, económica. Marcado por mais desemprego, por uma educação de pantanas, por um código de trabalho leonino em desfavor dos trabalhadores, por tribunais a cairem, por uma saúde desenganada, pela nacionalização dos prejuízos dos especuladores financeiros e a privatização dos lucros das empresas estratégicas, por um primeiro-ministro a vender computadores "baratos e resistentes" e um sem número de outras originalidades nacionais.


A situação em que nos encontramos parece-me ao mesmo tempo grave e ridícula que não sei se devo ficar preocupado ou se devo gargalhar com a pantomina em que se tornou a vida nacional.


Seja como fôr, acho que precisamos todos fazer alguma coisa e abanar seriamente o sistema nas próximas eleições, em todas elas.


Do meu ponto de vista, isso pode passar por "penalizar" eleitoralmente os partidos que têm governado e são responsáveis pelas sucessivas crises, que prometem e não cumprem, que tudo fazem em prol da concentração da riqueza em muito poucos, que espatifam o território em negociatas, que nos esmagam com impostos e obrigações fiscais e nada melhoram na nossa vida quotidiana, nem se vislumbram vantagens futuras.


E é tão simples: que cada um escolha um segundo partido em que melhor se reveja - que não sejam o PS, o PSD e o CDS, partidos das crises - e votem nele. Qualquer outro voto ou o voto em branco, farão mais por nós dos que PS-PSD-CDS juntos de há 30 anos a esta parte.


Ou lhes damos uma lição ou continuaremos a pagar crise após crise, com língua de palmo.


A escolha é nossa!

29.9.08

Robin dos Bosques ao contrário ?


Os EUA, passam a vida a tentar ter história e a fazer história e, vezes sem conta, a tentar mudar a história.

Este problema de identidade, recorrente, tanto lhes dá para o bem como para o mal (a dictomia que as Administrações americanas e Hollywood tanto gostam para simplificar artificialmente o mundo e, em regra, fazerem como Salazar: quem não é por mim, é contra mim!)

Agora, decidiram criar um novo Robin dos Bosques. Ou seja, a versão malévola do original: o Robin dos Bosques que rouba aos pobres para dar aos ricos, chamando-se oficialmente Lei para a Estabilidade Económica de Emergência.

Resumida e simplificadamente, a lógica desta coisa é assim: quando os especuladores de Wall Street lucram milhões e milhões de dólares com as suas actividades bem pouco produtivas, magnífico. Disputam a sua classificação no ranking dos ricos da Revista Forbes, exibem a sua opulência, dão-nos conselhos de como governar a nossa casa e o nosso país e não me lembro, de que alguma vez tenham dividido os fabulosos lucros com os contribuintes e com os trabalhadores.

Quando a actividade especulativa e as vigarices lhes correm mal e arrastam as economias para o descalabro, então há que dividir o prejuízo por todos.

Ou seja, salva-se a especulação, os bancos, a livre concorrência e o sacrossanto mercado, com os impostos daqueles que trabalham honestamente e, quantas vezes, com sacríficios inexplicáveis, tal a carga de impostos que têm sobre os magros salários.

Hoje, logo pela manhã, ainda me consegui espantar com o que ouvia numa rádio. Assegurava o jornalista de serviço, que a Administração norte-americana, desejava com este seu "plano" para "salvar" a economia, "assegurar a rentabilidade dos accionistas" dos bancos em risco de falência.

E mais não digo. Que cada um julgue os Bushs, Barrosos, Sarkozys e Sócrates que pululam por aí a endeusar "o mercado", "as economias globalizadas", "o empreendorismo" e a "governância".

As consequências para o bolso e vida dos contribuintes estão à vista...

Alguém conhece um “plano” semelhante para “salvar” os trabalhadores insolventes que já não conseguem pagar as suas casas aos Bancos em consequência dos aumentos das taxas de juro, dos aumentos especulativos dos preços dos combustíveis - e em resultado -, dos aumentos dos bens alimentares, dos preços da saúde e da educação?

30.8.08

ATÉ SEMPRE QUERIDO CAMARADA


Que mais poderei dizer neste momento de profunda mágoa e revolta ? De certeza um dos poucos, um dos últimos, a quem tenho o gosto, o prazer, a confiança, a certeza de poder tratar por camarada.

Até já, meu amigo.

26.7.08

PS na Câmara de Loures chumba propostas ponderadas da CDU

Quinta da Fonte - Apelação

Vereadores da CDU propuseram medidas urgentes, mas a maioria, como habitualmente, não quis ouvir, nem quis saber. Chumbou todas as propostas. Ver em:

Lamentável e triste. A ansia de obter vantagem política e as tentativas de responsabilizar antecessores até pode vir a render alguns votos, mas de certeza não resolverá qualquer problema de forma séria e sustentada.
A ver vamos como correrão em São João da Talha e Camarate os processos de realojamento conduzidos por este executivo municipal.

22.7.08

Demétrio Alves põe pontos nos iis !...

Com o maior gosto, reproduzo aqui e divulgo o texto de Demétrio Alves a propósito dos acontecimentos da Quinta da Fonte e as tentativas que têm sido feitas de o responsabilizar políticamente:
A (des) propósito do caso da Quinta da Fonte, o blogue Tomar Partido reproduziu um comentário bolçado por um tal Barão das Neves, pelos vistos amigo do autor do referido blogue, que, devido ao seu cariz difamatório, me merece o mais vivo repúdio.

O citado indivíduo, num estilo que tem sido habitual em determinados meios, veio invocar factos não verídicos pretendendo atingir-me, como se eu tivesse sido alguma vez acusado ou condenado judicialmente por esses factos.

De facto, apenas fui acusado por gente anónima que, cobardemente, pôs a circular algumas atoardas, pretendendo prejudicar-me em tempos eleitorais, o que não conseguiram. Já depois de ter saído de funções, em 1999, por minha exclusiva vontade, e em protesto pela forma como foi criado o concelho de Odivelas, puseram a circular que eu teria ido para Moçambique onde supostamente teria acumulado uma grande fortuna.

Não emigrei nem desapareci, como diz o Barão. Estou e sempre estive em Portugal, trabalhando e estudando, porque não vivo de rendimentos ou de negócios.

É por estas e por outras que sou obrigado a ponderar a hipótese de, aceitando convites que me têm vindo a ser insistentemente dirigidos, candidatar-me para voltar ao activo político, de forma a poder ter a hipótese de clarificar, por uma vez, as várias insinuações caluniosas.

Tudo tem limites, tanto as atoardas, como o silêncio inesperado.

Quero, aliás, deixar bem claro que, caso este blogue, ou outro qualquer pasquim, insista em dar voz a caluniadores que me agridam, participarei judicialmente nos sítios adequados.

Quanto à questão relacionada com a Quinta da Fonte, tendo em conta que o presidente da câmara tentou responsabilizar a gestão realizada há doze anos, quando eu estava em funções, dizer:

a) É frequente ver e ouvir alguns “iluminados”, como sejam os políticos que “nunca erram” ou os académicos “sobredotados”, virem dizer, em situações semelhantes, que tudo foi mal feito, e que eram previsíveis os maus resultados. Gostava de saber, o que, de facto, fizeram uns, e o que fariam os teóricos se, por acaso, algum dia tivessem que responsabilidades executivas fora do mundo da universidade. Bem pregam estes Frei Tomás!

b) Sabia-se, há já mais de vinte anos, que as operações de realojamento das famílias moradoras em barracas e situações similares são muito complexas, assim como eram discutíveis aspossibilidades alternativas de realização prática. Em geral os municípios não ambicionaram a tarefa, e eu próprio só por obrigação irrecusável a aceitei, que agora não posso explicar. Nunca tive a ilusão de que fosse obra que motivasse grandes agradecimentos, e, muito menos, votos. Aliás, é conhecida a referência feita há mais de 150 anos por Engels numa das suas primeiras obras “os problemas sociais não se ultrapassam através da resolução dos problemas habitacionais, mas é exactamente pela via inversa que se terá que actuar”.

c) Também não é de estranhar que gente do género daquela que actualmente é poder em Loures, e que, aliás, também é useiro na alimentação de boatos difamatórios, viesse, no meio de um manifesto desnorte, desculpar-se com a gestão de há doze anos atrás! Afinal é perfeitamente visível que alguma coisa está a falhar naquela gestão municipal: Como se pode entender que o presidente da câmara venha dizer que foi “surpreendido” por um problema, que ele próprio afirmou, pouco depois, existir há mais de dez anos? Por outro lado, vir dizer que aquele realojamento está “relacionado com a Expo 98” e que foi feito “à pressa”, revela, além de mau carácter, uma profundíssima ignorância.

d) Será que é para não “cometer erros” a câmara de Loures não fez mais realojamentos dignos desse nome nos últimos anos? Então e as “nódoas” urbanísticas e sociais que subsistem por exemplo no Prior Velho e na Portela? Vão manter-se mais quantas décadas há espera de que última teoria sociológica e urbanística?

e) Se a câmara de Loures acha errado o modelo utilizado, “à pressa”, na Quinta da Fonte, porque razão a Quinta da Mós, realizada com “muito tempo de reflexão”, se desenvolve segundo um padrão equivalente ao da Quinta da Fonte?

f) Foi lamentável o triste espectáculo dado por um poder municipal que se movimentou aos tropeções, claramente ultrapassado pelos acontecimentos, que, segundo dizem responsáveis da administração central, são, no fundamental, casos de polícia. Um poder que deu, num determinado momento, sinais de querer por em prática a segregação habitacional de grupos étnicos diferentes, só para não ter problemas de imagem! Valeu-lhe o apoio “amigo” das entidades da administração central, designadamente o Governo Civil.

g) Infelizmente, o problema não é somente um caso de polícia. Tem-se escondido que estas explosões de violência não podem deixar de estar relacionadas com o apodrecimento da situação social verificado no país.

Não só a carestia de vida e o desemprego, mas, também, o contínuo desinvestimento na justiça e segurança, estão a contribuir para estas situações.

Demétrio Alves

24.6.08

Loures também (não) tem Tejo


Se é certo que o modelo económico-financeiro e de gestão territorial da EXPO-98/Parque das Nações suscitou as maiores dúvidas e reservas que o tempo se encarregou de confirmar como aspectos problemáticos e questionáveis, não é menos certo que a zona oriental de Lisboa e de Loures foram varridas por um vento de esperança e, porque não dizê-lo, de efectiva requalificação.

São agora vários os problemas emergentes, mas nada que não tenha (ainda) solução ou, pelo menos, ainda se está a tempo de fazer muito melhor. A zona do Parque das Nações foi no passado e é hoje uma zona de fronteira entre Loures e Lisboa. Uma fronteira que precisa, em parte, ser acertada, negociada e definida, mas que inquestionavelmente ali se localiza. Loures e Lisboa estão portanto incontornavelmente juntos, associados, contínuos.

Os problemas foram no passado comuns. São comuns no presente em vários aspectos. Será portanto de admitir que as soluções a encontrar sejam também partilháveis e partilhadas.

Têm o Tejo em comum. Uma frente ribeirinha magnífica. Uma paisagem excelente sobre o riquíssimo estuário e a margem sul. Um potencial turístico invejável. Uma oportunidade incomparável de proporcionar às respectivas populações, às novas gerações, o usufruto e o deleite do acesso e partilha do Rio. Condições invejáveis para estabelecer ligações cicláveis e pedonais, corredores verdes, transportes públicos alternativos, acções conjuntas de valorização e protecção do Rio e do Estuário.

Têm para enfrentar os mesmos perigos, os mesmos desafios e as mesmas ameaças: as ocupações portuárias (nada que não se resolva com bom senso e equilíbrio) e a voracidade urbanística-armazenística que vem ocupando das piores formas possíveis todas as nesgas de terreno com o máximo de construção possível, com o máximo de ocupação possível. Enfim, têm para enfrentar o regresso a uma “nova” desqualificação, mais “limpa”, mais “disfarçada”, mas efectiva. Os muros de betão e de contentores estão já aí em todo o seu esplendor.

Dificilmente se percebe como é que o Governo assina um Protocolo com o Município de Lisboa para a frente ribeirinha de Lisboa e deixa de fora Loures e Vila Franca de Xira. Podia ser apenas falta de visão estratégica, mas suspeito que seja mais do que isso. Que interesses bem mais mesquinhos tenham presidido e orientem a iniciativa política. As embrulhadas são mais que muitas de que a recentíssima demissão do (até agora) providencial J. M. Júdice é apenas um episódio.

A concepção e gestão desse processo veio – quanto a mim – pôr em evidencia que: a) Não há visão estratégica no Governo; b) Outros interesses, que não os públicos e colectivos, são o substrato do Protocolo entre a Câmara de Lisboa e o Governo; c) António Costa confirma uma vez mais o que tenho dito a propósito da sua actividade autárquica: como autarca é medíocre; d) Com a actual gestão municipal em Loures, o Município não é levado a sério, não conta para nada e nem os colegas de partido no Governo e na Câmara lisboeta se lembraram de contar com Loures para um processo de tanta importância para a área metropolitana de Lisboa norte; e) Loures, com esta gente, estará destinada a acolher na sua quota de frente ribeirinha as actividades que o Governo e Lisboa quiserem remover da Capital, para dar lugar aos condomínios de luxo a que apenas alguns (muito poucos) terão acesso.

Por isso, é indispensável lembrar que LOURES TAMBÉM TEJO.
(artigo para e a convite de http://www.antreus.blogspot.com/ )

29.5.08

Parque das Nações em importante Debate



O Clube Parque das Nações promove importante Debate sob o tema "Passado, Presente e Futuro do Parque das Nações", na próxima 6ª Feira, dia 30 de Maio na Escola Vasco da Gama do Parque das Nações.
Entre outros convidados, usará da palavra o Eng. Demétrio Alves, Presidente da Câmara Municipal de Loures, no período de execução e funcionamento da EXPO-98.

30.4.08

A História das Coisas

O que é a História das Coisas? ...

Desde a sua extracção até à venda, uso e disposição, todas as coisas que compramos e usamos na nossa vida afectam as sociedade no nosso país e noutros países, mas a maioria disto é propositadamente escondido dos nossos olhos pelas empresas e políticos.


A História das Coisas é um documentário de 20 minutos, rápido e repleto de factos que olha para o interior dos padrões do nosso sistema de extracção, produção, consumo e lixo.


A História das Coisas expõe as conexões entre um enorme número de importantes questões ambientais e sociais, demonstrando que estamos a destruir o mundo e a auto-destruirmo-nos, e assim apela-nos a criar um mundo mais sustentável e justo para todos e para o planeta Terra.


Este documentário vai-nos ensinar algo, fará rir, e acabará por mudar para sempre a maneira como olhamos para todas as coisas que existem na nossa vida.

31.3.08

Em Abril Esperanças Mil

18 de Abril, 6ª feira, pelas 20 horas.
Restaurante FIL, Parque das Nações, junto ao Pavilhão Atlântico.

Intervenções:
António Marinho Pinto (bastonário da Ordem dos Advogados),
Ricardo Araújo Pereira (humorista)
Pedro Lauret, comandante, «capitão de Abril», (direcção da Associação 25 de Abril).

14.3.08

Só faz falta quem concorda

"Só faz falta quem concorda", terá afirmado o Ministro Santos Silva, a propósito da ausência de Manuel Alegre no comício do PS do próximo fim-de-semana, no Porto.
Que comentários fazer a isto ?

Só um paralelo me ocorre: o bafiento "quem não é por mim, é contra mim"

20.2.08

Sacavém à deriva ou Sacavém afogada ?


foto obtida www.sjtalha.net, com a devida vénia




Sacavém, Cheias, o Ministro, o Presidente da Câmara, o Chefe de Gabinete, o Presidente da Junta de Freguesia e nós, não necessáriamente por esta ordem.
O Presidente da Câmara

Em http://linguadeperguntador.blogspot.com/2007/10/fatalidade.html já tinha oportunidade de me referir ao problema das cheias em Sacavém. O Sr. Presidente da Câmara teve então o comportamento político que todos vimos na televisão (especialmente, quem não estava como eu, na Praça da República a ouvi-lo de viva voz).

Desta feita, tentando corrigir a mensagem de Outubro de 2007, mas com o acento provocatório que lhe é peculiar o Sr. Presidente da Câmara já não disse que “a natureza procura sempre o seu espaço” e que quem para ali foi viver ou exercer uma actividade económica "sabia bem onde se estava a meter", disse antes tentando ter graça - e na defensiva - que "não foi a Câmara a mandar chover".


Não teve graça. O assunto é demasiado sério. A defesa também não foi boa. Porque as ordens que ele tinha de dar, não eram a um nível tão elevado, esse de mandar ou não chover. Ele teria de ter dado ordens bem mais terrenas: o Sr. Presidente da Câmara tinha de mandar resolver o problema do aterro no cimo da Rua Salvador Allende. Essa é que era a sua obrigação. Isso é que se esperava dele. Não magia ou transcendência. Não está eleito para feiticeiro da tribo ou presdigitador.


Recordo o que afirmei no meu anterior escrito de Outubro de 2007 já citado: "Estive lá e vi. As terras que encheram de lamas a Praça da República que atulharam as condutas até ao rebentamento, que fizeram jorrar as sarjetas, eram de um amarelo fresco e luminoso, como as do aterro da Rua Salvador Allende. Só podiam ter aquela origem."


Desgraçadamente
, como eu também avisava, a situação repetiu-se. Repetiu-se mais grave. E sempre que a quantidade de precipitação e outros factores propiciadores se agravarem e ocorrerem conjugados vai passar-se idêntica situação e mais grave.


O Sr. Presidente da Câmara, o Sr. Vereador do Urbanismo e o Sr. Presidente da Junta de Freguesia foram avisados. Por muitos e até pela natureza. Assobiaram para o lado e ignoraram os avisos. Quiseram acreditar que era a maléfica oposição a querer criar-lhes dificuldades e apenas isso.


A resposta à insensatez, à insensibilidade a roçar a irresponsabilidade, aí está!


Se o Sr. Presidente da Câmara não consegue mandar chover, a oposição também não. Portanto, o aviso é sério e até vem duma entidade verdadeiramente independente... o "reino dos céus."

A propósito ainda das declarações do Presidente da Câmara de Loures e das suas comparações entre Fevereiro de 2008 e Novembro de 1983, ao que consegui apurar, os valores apontam para 36 L/m2 agora, e 54 L/m2 em 1983.

Ou seja, a comparação não serve a tese do Sr. Presidente. Em 1983 choveu muito mais. Não valem a pena as tentativas de nos borrifar os olhos.




O Ministro

O Ministro Nunes Correia é, quase sempre, um ilustre desaparecido deste governo, mas de vez em quando aparece para fazer mal ou dizer mal. Desta vez, foi para cometer uma grosseira gaffe política e técnica.


Desastrada intervenção política, porque num momento de crise, mais do que procurar alijar responsabilidades, um ministro tem de se mostrar - e ser, de facto - solidário, cooperante, disponível. Que se saiba, não foi a nenhum dos locais críticos, não ajudou a nada, "borrou a pintura" e voltou a desaparecer, simplesmente...


Disparate técnico - inacreditável num académico com os seus pergaminhos - ao atirar a responsabilidade dos acontecimentos para o "fim da linha", ou seja, para os autarcas e para a limpeza das sarjetas. O Ministro sabe bem que a essência do problema não são as sarjetas e que os autarcas já fazem muito para que a coisa não seja ainda pior.


Não que façam tudo, mas fazem muito (embora muitas vezes não seja o certo). Em contrapartida, o INAG que depende do Ministro é que faz muito pouco do que deveria fazer.


Obrigo-me pois, neste particular, a uma palavra de solidariedade e concordância com o Presidente da Câmara de Loures e acrescento: Sr. Ministro, quando não tiver nada de útil e construtivo para dizer, por favor, poupe-nos às suas opiniões, que não são jurídica, técnica e politicamente capazes.


Ao Sr. Ministro e ao Governo faço desde já um desafio: Determine-se um estudo de impacto hidrodinâmico, para todos os projectos e intervenções urbanísticas significativas, que ajude a perceber o que vai acontecer nas bacias hidrográficas a seguir, quando se impermeabilizam solos na dimensão em que tal está a ocorrer, onde vão exercer pressão os sistemas de drenagem, como se devem calibrar os sistemas, etc. etc.


O Vereador do Urbanismo


Considero que é o principal responsável pela intensificação urbanística em curso no Concelho de Loures. Não discuto agora as orientações urbanísticas que estão a ser prosseguidas, mas faço-lhe também um desafio: passe a pedir um parecer ao Serviço Municipal de Protecção Civil, antes de autorizar novas construções, novas estradas e rotundas, a alteração de curso de linhas de água, etc. Tenha a coragem de o fazer e de não o manipular.


Já agora, conviria que se aferissem devidamente a qualidade e capacidade de drenagem das intervenções viárias que vão sendo feitas. Determine uma fiscalização a sério na via Bobadela- Sacavém, nas novas rotundas de Loures e - ainda a tempo - na Avenida Estado da Índia em Sacavém, como meros exemplos. Evito falar do Infantado, porque sei que não tem solução.


Concluirá certamente, como nos vamos podendo aperceber, que mal caiam 3 gotas de água, temos um empoçamento, mal caiam 36 litros/m2, teremos inundação. E Sr. Vereador, não podem os projectistas, as empresas construtoras e os promotores imobiliários deixarem as coisas neste estado e depois sermos todos nós a pagar as consequências e a lamentar que tenha chovido. Este caminho não pode continuar a ser trilhado: uns ficam com o lucro e os dos costume com os prejuízos.


O Chefe de Gabinete


Ficou, a par do Sr. Ministro e do Sr. Presidente da Câmara de Loures, no pódio dos mal-amados das cheias 2007-2008.

Tentou aproveitar o programa de Maria Elisa Domingues, na RTP 1, para prestar um bom serviço propagandístico ao seu Presidente da Câmara, mas a coisa não correu nada bem.

Antes de mais, porque nem os técnicos especialistas na matéria dão garantias absolutas - como ele fez - de que nunca mais haverão cheias com esta ou aquela obra. O bom senso avisa que qualquer pequena alteração de circunstâncias, muda as variáveis e pode subverter qualquer previsão, por muito científica que seja. Ora, António Baldo, nem é mister daquele ofício.

Em segundo lugar, teve o azar de poucas horas depois, Loures ter ficado debaixo de água. Pouco interessará agora se as oficinas municipais se encheram de água ou não. A ideia geral é que tudo se encheu de água, portanto, resulta irrelevante se o sítio tal ou tal ficou mais ou menos molhado que antes.

Também me alertaram para o facto de que as viaturas não ficaram afogadas, mas ficaram inoperativas, porque não podiam sair das oficinas para acudir onde era preciso. Assim, a nova ponte é completamente irrelevante, como fica demonstrado.

Pode pois dizer-se, como alguém com alguma graça me referiu: "perdeu uma excelente oportunidade de não meter água", se tivesse estado calado.

O Presidente da Junta de Freguesia de Sacavém

Dizem-me que se esforçou por avisar os comerciantes e moradores da baixa de Sacavém de que o perigo vinha aí. Se assim é, honra lhe seja feita, mas simultâneamente não pode deixar de ser verberado o mais possível porque tem sido conivente com muitas das mais lamentáveis práticas da gestão municipal:

1. A intensificação urbanística avulsa e caótica de Sacavém. A Cidade precisa de ser Cidade a sério, não esta coisa indefinível, deprimida e irrespirável em que se está a tornar;

2. A falta de investimentos pelos SMAS - a quem, se fosse uma empresa comum, já teria sido decretada falência - que estando à míngua, por muitos prédios e urbanizações que se façam, vão manter os mesmos sistemas de drenagem, já que não têm dinheiro para fazer outros. Isto significa mais água e mais depressa a chegar à baixa de Sacavém, com as conhecidas consequências;

3. O criminoso aterro na Rua Salvador Allende sobre o qual não se ouve o Sr. Presidente da Junta dizer uma única palavra, nem tomar qualquer medida para que a situação seja corrigida. Ele cala, mas está suficientemente avisado. Se voltar a chover com força, voltarão as cheias a Sacavém, inevitavelmente;

4. O estaleiro de obras com já 3 anos em que se está transformada a Avenida Estado da Índia, com todas as consequências a juzante com entupimentos e interrupção de sistemas de drenagem e arrastamento de lamas.

Os seus silêncios, cumplicidades e apoio a esta gestão municipal, a par da sua incapacidade de perspectivar ou conduzir a Cidade, vão deixar uma pesada e indigestível herança.

Deixo aqui um desafio sério e leal ao Sr. Presidente da Junta. Caso esteja disposto a redimir-se neste domínio (o resto já não tem salvação), a fazer mesmo alguma coisa para resolver o problema das cheias em Sacavém, a minorar as suas consequências, evitar os prejuízos aos moradores e comerciantes da zona baixa, a poupar os recursos da Junta de Freguesia e os equipamentos públicos, promova as diligências necessárias para ouvir, sublinho, ouvir, quem pode dar contributos sérios para se fazer o caminho contrário ao que está a ser prosseguido, com os resultados que se vêem.

E nós...

Somos sempre o fim da linha: não nos ouvem e não nos consultam, não querem saber dos prejuízos, nem dos aborrecimentos, não estão na vida política para melhorarem a vida colectiva nem a Cidade. Querem-nos a pagar e contentinhos... (já agora, se possível, agradecidos. Pois, importa lembrar que o Sr. Presidente da Câmara não mandou chover. Dado o tom em que o disse, aposto que acha que temos de lhe agradecer por isso...) aconteça o que acontecer!

Quer-me cá parecer que seria tempo de acabar com a apatia, deixar de engolir todas as desconsiderações, fazer por ignorar todas as lérias, evitar pagar todas as contas sem nada reclamar (ou apenas em surdina). Quer-me parecer que é já tempo...

Sacavém, não vai já apenas à deriva, Sacavém está afogada num lamaçal de incompetência, incapacidade, demagogia e falta de amor à terra. Desejo firmemente que não seja mais nada.

Os cogumelos despontam por "geração espontânea". As urbanizações também ?

E desconfio que a coisa não vai ficar por aqui. Há nuvens muito pesadas no horizonte! Muitas cheias para vir...


1.2.08

Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar!



Após alguns anos de ausência, voltei esta semana a assistir a uma sessão da Assembleia Municipal de Loures. Em casa nova (para mim) e, com muito boas condições de trabalho para os agora ditos “deputados municipais”, não pude deixar de constatar que ao novo e confortável espaço, não corresponde nada de novo na forma de estar, de desenvolver a acção política, de conduta pessoal, pelos menos para alguns dos políticos locais que vi e ouvi tomarem a palavra na reunião.

Havia problemas para resolver. Concretos, implicando com a vida quotidiana das pessoas. Bulindo com o nosso bem estar. Mas que é que isso interessa ?!... Esvoaçam por ali outras motivações, outros propósitos, outros objectivos.

Pelo que vi e ouvi, não resisto em citar o poeta:

Ó Felisbela, ó Felismina
ó Adelaide, ó Amelinha
ó Maria Berta, ó Zulmirinha
vamos cantar o coro das velhas?
Cá se vai andando
c'o a cabeça entre as orelhas

Apesar disso, espantaram-me algumas coisas que parecem configurar uma perda consistente de qualidade, honorabilidade e dignidade políticas dos eleitos. Sublinho bem políticas, não vá haver confusão nalguma mente turbulenta (ou apenas lenta) entre apreciação política e pessoal. Diria que quase faz lembrar aquele conhecido e tipificado fenómeno do futebol em que o indivíduo, geralmente modesto, pacato e ponderado, se transforma, no meio da sua “tribo”, num verdadeiro “guerreiro” do impropério, do insulto e do disparate, quando não mesmo da violência (ler Desmond Morris e Norbert Elias, por exemplo), a propósito de uma bola que rola para um lado e para outro… e pouco mais.

Mas o que se pode salientar da desnobre sessão a que assisti ?

Um recorrente despautério do Presidente da Câmara quando foi chamado a usar da palavra. Sobre nada falou objectivamente. Gastou a maior parte do tempo a provocar quem se lhe opõe ou que ele imagina que se lhe opõe. Aqui, incluído o público que assistia, como era o meu caso. A todos, sem propósito nem respeito, sugeriu não passarem de mentecaptos “arregimentados” pela oposição para o contrariar. Lamentável e sintomático. Como uma fera que sente o cerco. Dos outros e dos seus.

Um Sr. Presidente da Junta, cujas verbalizações, acusações indemonstradas a outros “deputados", arrogância ignorante e intolerância, só me traziam à memória o impagável presidente de Vila Nova da Rabona;

A bancada da maioria, arrumada em semi-circulo e em socalcos (por circunstâncias da disposição da sala e do mobiliário), como uma espécie de “coro do silêncio”, um “coro descorado”, onde só 2 solistas se fizeram ouvir: o já referenciado presidente, que poderia ser de Vila Nova da Rabona mas não é e, o “jovem turco”, líder da bancada, ufano na sua dislipidemia política. O coro está afinado, ninguém dessintoniza, mas no silêncio, na obediência e na disciplina de ocasião. Estratégias de sobrevivência, como as dos pinguins no Pólo Sul, que se aglomeram e voltam as costas ao vento ?

Chamou a atenção a sepulcral bancada laranja sem líder. Quando o dito de repente desapareceu, um tumular silêncio caiu sobre aquela zona da sala. Alguém, maliciosamente, sussurrou ao meu lado: “se já nem conseguem ouvir o que se passa, como hão-de ter alguma coisa para dizer ?” Mas não se enganaram a votar. Induz-nos a pensar que se trata de um complemento de vozes maduras, a engrossar o silêncio do coro da maioria. Vislumbra-se ali um bloco central de interesses, mudos, subentendidos, dependentes, mas presentes.

Na reacção epidérmica às provocações constantes do Presidente da Câmara, notou-se o desconforto, perturbação e ausência de confiança e segurança de alguns “deputados”. Houve até, quem inconscientemente, fornecesse ao adversário todo o arsenal bélico com que foi depois bombardeado.

Enfim, não poderei dizer que fiquei desapontado ou surpreendido com aquilo a que assisti. Apenas não trataram o que deviam da forma que deviam. O que era substancial, foi embrulhado em folclore político-partidário e siga o baile...
Definitivamente, alguns tomam-nos por tolos e outros, por vício de processos e reverencia partidária, deixam-se embalar na barganha e caír na armadilha, por isso não me resta a menor dúvida que o mapa eleitoral do Concelho de Loures seria completamente diferente daquele que é hoje se nós, eleitores, estivéssemos mais presentes, assistíssemos mais vezes e participássemos na vida política e colectiva do nosso Concelho.

Que me seja permitido pois o convite e o desafio. Compareçamos nas sessões da Assembleia Municipal. Façamos todos política. Não a deixemos à mercê de quem a queira apanhar e fazer dela a sua passarola voadora.

Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar.

9.1.08

Re-elogio da loucura

Com a devida vénia a Miguel Carvalho e à Visão, aqui reproduzo uma opinião que partilho e que não seria capaz de expressar melhor:



Não adianta sequer resistir às modas e tendências. Portugal tem um não sei quê genético para polícia de costumes e bufaria engravatada. Está-lhe mesmo nos genes e qualquer Salazar dos novos sabe isso.

A morte do escritor Luiz Pacheco não é apenas uma perda para a cultura. Numa altura em que o Governo investe a sério, e com ASAE pela trela, numa fornada de cidadãos enérgicos e atléticos, livres de fumo e bactérias, ainda mais se sentirá a falta da sã loucura dos indomáveis.

Luiz Pacheco fazia parte daquele grupo de criadores – João César Monteiro e Cesariny eram outros - que um Estado decente subsidiaria. A fundo perdido. Para seu próprio bem. A paisagem agradecia e o País melhorava.

Bastava pedir-lhes que fossem como sempre nos habituaram: irreverentes, refractários, subversivos, de manguito carregado e palavras sem dono. Seríamos todos mais felizes e a geração vindoura agradecia. E ainda íamos a tempo de mostrar que, felizmente, ainda há quem tenha um parafuso a menos e um cigarro a mais.

Temo bem que, com andar da carruagem, figuras semelhantes a Luiz Pacheco, César Monteiro e Cesariny tenham cada vez menos lugar numa sociedade estilizada, de ideias poucas, comportamentos light e filosofia Paulo Coelho. Quando muito, o Ministério da Cultura talvez estivesse disponível para criar, para alguns intratáveis, uma reserva «índia», coisa para turista ver. «Não é permitido dar de comer ao Cesariny». «Cuidado, não coloque as mãos na jaula do Luiz Pacheco». Coisas assim. E a vidinha seguia, livre de corantes e conservantes. E outros animais falantes.

Quando um Governo ataca a fumarada com golpes baixos e faz da política um misto de jogging e salto à vara, não se pode esperar dias melhores. Um País com dois milhões de pobres que decide baixar o IVA dos ginásios não regula (o que, de certo modo, já o eleva à condição de um César Monteiro, vá). Os ginásios, esses, continuarão a esfregar as mãos com os propósitos saudáveis do Governo: vão engordar à custa de taxar as nossas gorduras por outras vias, à razão de 10 euros por cada fatia de paio ingerida.

Não adianta sequer resistir às modas e tendências. Portugal tem um não sei quê genético para polícia de costumes e bufaria engravatada. Está-lhe mesmo nos genes e qualquer Salazar dos novos sabe isso.

Não tardará a que uns candidatos a Cesarinys, Monteiros ou Pachecos sejam internados ou fiscalizados antes de rabiscar numa folha branca um desarranjo intelectual. Onde já se viu, dizer e escrever o que lhes vai na telha, os improdutivos?! O País não está para loucuras, senhores. E todos somos necessários nesta grande tarefa de higienizar a cidadania e desinfectar o cenário de parasitas. O Portugal de Sócrates não quer bicho na maçã nem grão na engrenagem. Com um País assim, que pena César Monteiro não estar vivo: pedia-se mais um filme negro com actores em «off». Branca de Neve já temos.

1.1.08

Sócrates deseja-nos um bom ano novo.


Serviços de saúde estão mais caros a partir de hoje. Novo ano começa com a actualização das taxas moderadoras.

A s taxas moderadoras da saúde sofrem um aumento de 2,1% a partir de hoje, de acordo com a portaria ontem publicada em Diário da República. Nove meses depois de os valores serem actualizados e da introdução do pagamento das cirurgias em ambulatório e internamentos, os serviços de saúde voltam a aumentar de custo.

Data de Abril a entrada em vigor de uma medida que, quando foi aprovada, foi amplamente criticada pelos movimentos de utentes, mas que acabou por ser aplicada sem contestação. A cirurgia em ambulatório e o internamento, até então gratuitos, passaram a ser cobrados nas unidades do Serviço Nacional de Saúde.

Na mesma altura, consultas, exames de diagnóstico e todos os outros cuidados assistenciais sofreram uma actualização de 2,3%.A partir de amanhã, as taxas moderadoras aumentam 2,1%, valor calculado em função da inflação prevista, justifica o Ministério da Saúde.

Assim, uma consulta passa a custar 2,15, 2,9 ou 4,4 euros, dependendo de ser realizada no centro de saúde, hospital distrital ou hospital central.

Da mesma forma, o recurso à urgência é cobrado de forma diferenciada conforme o tipo de unidade de saúde 3,6, 8,2 e 9,2 euros, respectivamente.A diária de internamento (até dez dias) passa a custar 5,1 euros (mais dez cêntimos do que no ano passado) e uma cirurgia em ambulatório 10,2 euros (eram dez).No que respeita a exames de diagnóstico, a taxa de um electrocardiograma simples é um euro, de uma radiografia é 1,7 euros e de uma densitometria óssea é de 5,4 euros. Uma tomografia computorizada será cobrada a 8,1 euros, um electroencefalograma a 6,7, uma ressonância magnética a 20,5 e um exame vascular a 16,2.

Com a cobrança das taxas moderadoras dos serviços de saúde, o Estado prevê cobrar cerca de 16 milhões de euros por ano.

in http://jn.sapo.pt/2008/01/01/nacional/servicos_saude_estao_mais_caros_a_pa.html
O início do novo ano é sinónimo de mais despesas para os portugueses. Em muitos casos, os bens essenciais vão subir mais do que os ordenados.

Os aumentos vão sentir-se em vários sectores. Nas portagens os preços subiram, em média, 2,6%. As viagens entre Lisboa-Porto e Lisboa-Algarve custam agora mais 55 cêntimos.

Ao nível dos transportes públicos, os aumentos vão ser de 3,9%. Os utentes dos transportes suburbanos serão os mais penalizados. Os passes combinados vão custar, pelo menos, mais um euro e cinco cêntimos.

Quanto à água, as subidas serão definidas pelas Câmaras Municipais, mas ninguém escapa a um aumento de 2,1%, a inflação prevista para este ano.

Os aumentos do gás podem chegar quase aos 6%. Na electricidade, a entidade reguladora aponta para aumentos de 2,9%, o que, na factura mensal, se traduz numa despesa adicional de cerca de um euro.

O pão também vai ficar mais caro, muito por culpa do aumento do preço da farinha de cereais. Em alguns casos, a subida pode chegar aos 30%. Uma tendência que, mais tarde, pode chegar ao arroz.

Também os fumadores não se livram de um aumento de 15%. Um maço poderá custar mais 30 cêntimos.

Em 2008, as rendas de casa sobem cerca de 3%.