11.11.10

CARTA ABERTA AOS CIDADÃOS DE LOURES II


Na minha opinião, volta a justificar-se dar publicamente a palavra ao Maestro António Saiote , o que aqui faço:

Queridos concidadãos,

Chegaram ao meu conhecimento considerações públicas feitas pelo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Loures, que merecem breves comentários, dado que se sustentam em pressupostos falsos e assumem um carácter despropositado, lamentável e insidioso:

1. Nunca, em nenhum momento foi feita por mim ou quem me representa qualquer proposta à Câmara Municipal de Loures no valor de trinta mil euros;

2. É um facto que em minha representação foi apresentado um orçamento à Câmara Municipal de Loures, mas esse, decorreu de um acordo previamente estabelecido com o Sr. Vereador Ricardo Leão, em reunião, para a qual fui expressamente convidado.

3. Nesse encontro – a que compareci a pedido do Sr. Vereador – explicitei a minha ideia - como já havia feito ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Loures numa iniciativa do Rotary Clube de Loures em que nos encontrámos - e que consistia na apresentação em Loures da 9ª Sinfonia de Beethoven com uma Orquestra composta por 75 elementos, um Coro de 80 elementos e 4 cantores solistas;

4. Na referida reunião para a qual, sublinho, fui convidado, houve acordo total e completo à minha proposta e bom entendimento sobre o valor artístico e representatividade da iniciativa, a propósito da comemoração do Centenário da República, que se justificava inteiramente pelo papel que Loures desempenhou na Implantação da República. Pelo menos, assim foi expresso pelos intervenientes;

5. Vir agora acusar-me publicamente do que quer que seja - quando fui convidado pela Câmara Municipal para apresentar uma proposta e tendo obtido absoluto acordo na referida reunião – configura uma desonestidade intelectual inqualificável, sobre a qual nada mais direi, a não ser que os actos ficam para quem os pratica;

6. Para que conste, torno público que por me ter comprometido com o Sr. Vereador Ricardo Leão na aludida reunião, recusei a realização de um outro Concerto, o que acabou por resultar num prejuízo directo para mim;

7. Por fim, sublinhando a fragilidade moral e intelectual que já assinalei, estabelecer uma comparação entre um espectáculo de solidariedade – que ocorreu – e um Concerto de celebração dos 100 anos da República nos termos em que propus e foi aceite, é uma atitude de elevada gravidade política, cívica e ética, na medida em que nunca me foi solicitada ou proposta qualquer acção de natureza solidária;

8. A propósito deixo o desafio ao Sr. Presidente da Câmara para provar que alguma vez me foi solicitada colaboração num evento de solidariedade e que eu tenha recusado; As pessoas de Loures conhecem bem o meu empenho na Banda e o entusiasmo que dediquei à Cidade e aos Bombeiros, em prol do seu Quartel. Em Loures é bem conhecida a minha família e a sua história na terra de dedicação e solidariedade sem retorno e julgava estarmos acima de qualquer risco de difamação;

9. Como natural de Loures que sou e firmemente apaixonado pela minha terra, resta-me expressar aos meus conterrâneos a indignação que estas condutas pouco sérias e desleais me provocam, lamentando que a minha Câmara Municipal ao invés de valorizar, apoiar e projectar a expressão nacional e internacional do meu labor e o reconhecimento mundial já obtido, optar por me hostilizar e caluniar;

10. Já fui objecto de censura e manipulação antes do 25 de Abril. Lamento estar a sê-lo de igual modo nesta altura. Espero, e porque se tratou do Centenário da República que alguém saiba praticar a ética republicana não usando o poder para manipular a verdade e difamar os cidadãos.

11. Saibam pois, todos, que em paralelo com estas atitudes inqualificáveis, em casa, tenho vindo a receber incentivo, prémios e consideração um pouco por todo o mundo. E para que não tenha de o detalhar em causa própria, convido ao acompanhamento das notícias internacionais da cultura, se isso não for pedir de mais às excelentíssimas primas dos mestres de obras.

António Saiote
Maestro

Loures, Novembro de 2010

4.9.10

Mais um triste exemplo da Câmara de Loures

Publico, por ser merecedora de toda a divulgação, uma Carta Aberta do Maestro António Saiote aos seus Concidadãos. Loures, prossegue na ribalta pelas piores razões.

Não é apenas a cultura que está a ser "estrafegada". É também a ética, os princípios e o respeito por aqueles que são reconhecidamente embaixadores de Loures e da sua cultura.


"Queridos concidadãos,

Desde menino que ouvia relatos orgulhosos da república ter sido declarada a 4 de Outubro em Loures. Os meus avós, pais, amigos tinham esse feito como algo que nos distinguia dos de outras terras. Várias vezes me correram as lágrimas quando perfilado na banda de Loures tocava o Hino nacional. Aliás elas estão a correr agora!

Matarruanos e Republicanos

Há 2 anos falei com o presidente da Câmara alertando para a importância do evento e da dignidade que merecia. Informei também que a única vez que o Parlamento tinha reunido fora de São Bento tinha sido em Santo Antão do Tojal, facto dele desconhecido.

Lembrei que se tudo fosse preparado atempadamente e correctamente poderia obter financiamento da comissão nacional.

Esperava estar a tratar com pessoas que sabiam a diferença entre a obra-prima do mestre e a prima do mestre-de-obras!

Passaram 2 anos para obter uma resposta à minha proposta. Primeiro ela foi positiva e perante assessores tratámos de problemas logísticos e há 1 mês veio a cambalhota rasteira.

Por educação não vou definir a maneira como tudo foi mal tratado. Confundi o tipo de interlocutores ao serviço da nossa Câmara. Esqueci-me que há representantes de um novo partido em Loures e uma nova imagem por eles escolhida PCB - Partido do Caracol e da Bejeca.

Resta-me desejar que a nossa terra volte a ter pessoas ao seu nível e ao nível dos seus egrégios avós!"

António Saiote


21.8.10

Loures: Para a história de um declínio anunciado

O PS venceu em 2001, as eleições autárquicas no Município de Loures. Foi a escolha dos eleitores e nada há a dizer: as pessoas fizeram a sua escolha, ponto final.

O partido vencedor dizia, então, durante a campanha eleitoral, que “Loures vai sentir a mudança”. Honra lhe seja feita, o slogan tem sido cumprido. Loures mudou, mudou muito.

De exemplo na cultura e no desporto à vulgaridade absoluta, de rumo na educação ao folclore dos painéis publicitários, de orientação no ordenamento do território ao despautério urbanístico, dos apoios justos ao movimento associativo aos apoios clientelares, de uma empenhada política social ao abandono dos bairros e das políticas sociais e a lista podia continuar indefinidamente.

Em geral, dos primeiros lugares em todos os indicadores, para uma situação bem mais modesta.

Alguns dados de fontes insuspeitas - Associação Nacional de Município Portugueses e o Instituto Nacional de Estatística - em gráfico, para imediata percepção

Entre 2000 e 2007 queda é continuada. Tratando-se de dados de um período anterior à deflagração da corrente “crise” internacional, evidentemente que a "crise" aqui não tem qualquer reflexo nos dados apresentados.
Deste indicador formulado pelo INE, resulta a evolução que se vê da posição a nível nacional: em 2000 Loures estava na posição 17ª, em 2007 já estava na posição 25ª.

Por outro lado, a percentagem do Poder de Compra, que mede o “peso” de cada município no contexto do país, oferece o seguinte panorama:

Onde se confirma o “afundamento” do Município de Loures ao nível nacional:



Como é bem perceptível, Loures passou da 4ª posição no ranking dos Municípios Portugueses, para o 7º lugar.


Portanto, não haja dúvida que Loures tem sentido a mudança. É a escolha dos eleitores, sem dúvida. Mas terão os eleitores boa consciência do que nos está acontecer ?

Pois aqui ficam dados para reflexão, apenas reflexão, já que o povo é soberano e não tem que querer viver melhor, apenas tem de viver como escolher viver.


Mas há ainda um outro dado da máxima importância para se avaliar o “estado da arte” da governação PS em Loures: a evolução das receitas, ou seja, dos meios de que o PS dispôs para fazer “sentir a mudança”.

Embora não estejam disponíveis os dados referentes a 2007, a evolução entre 2000 e 2005 (últimos dados disponíveis) mostram bem como a Câmara de Loures vem tendo progressivamente mais dinheiro:


Não é fácil, por isso, perceber o discurso da “desgraçadinha” de que não há dinheiro para nada. Que por falta de dinheiro a Câmara esteja impedida de fazer tudo.


Mesmo sem falar do crescimento exponencial das receitas obtidas com as taxas do vendaval urbanístico que percorre o Concelho, a incontornável verdade é esta:


Loures, recebe cada vez mais dinheiro oriundo de impostos e orçamento de estado;
Loures, faz cada vez menos em prol dos seus munícipes;
Loures, está cada vez pior posicionado no contexto nacional.
E é isto o que temos.


A governação do PS é legítima ? Sem dúvida.


O PS na Câmara de Loures é desejável ? Que cada um conclua por si próprio e decida onde quer estar daqui a uns anos, se se continuar a descer a rampa a esta velocidade.

24.7.10

Relvados envenenados





A Câmara Municipal de Loures dedicou-se nos últimos 4 anos ao arrelvamento sintético de inúmeros campos de futebol. Á primeira vista esta medida é positiva.

Como antigo praticante, que o fez anos a fio nos chamados "campos de terra batida" e episódicamente em relvados (naturais, naturais) posso testemunhar que jogar na relva, até ensina a jogar.

Portanto, de um ponto de vista do desenvolvimento desportivo, para os atletas, treinadores, dirigentes e clubes, poder-se-ia dizer que foi uma boa medida.

Contudo, não me permite a consciência, deixar de questionar uma tal opção. E porquê ?!...

Porque:


1. Não é estratégica. É uma mera opção obreirista e eleitoralista. Foi tudo feito por igual em todos os lados para produzir inaugurações e se possível obter apoios eleitorais. Não foi pensado e não tem objectivos desportivos a atingir;


2. É errada a opção de fazer relvados sintéticos em todas as situações. Há casos que o justificariam. Há casos em que a relva natural era a solução mais indicada;


3. É um equívoco profundo mas que ao que me parece se generalizou (quem terá feito constar tal confusão ?!...) de que os relvados sintéticos não precisam de manutenção. Pelo contrário, os relvados sintécticos são mais comedidos de manutenção nos primeiros anos, depois são como os automóveis, nunca mais param os problemas e são elevados os custos;


4. Em breve, verificaremos o que dirão atletas, treinadores e dirigentes nos casos em que não se faça desde o início uma manutenção atenta, cuidadosa e dedicada. Os Clubes estão advertidos para o que têm de fazer no dia-a-dia ?!...;


5. É um erro de palmatória - quando os organismos internacionais do futebol não deram luz verde (e quem anda ligado ao futebol sabe porquê) à substituição dos relvados naturais por sintéticos - passar, no Concelho de Loures, tudo a sintético. Dificilmente algum campo de futebol de Loures será escolhido para uma prova internacional;


6. Mas o pior é que com esta manobra (nalguns casos muito aplaudida por dirigentes de vistas curtas), a Câmara de Loures acantonou os Clubes do Concelho nas "courelas" em que se encontram os seus parques desportivas e sem qualquer possibilidade de desenvolvimento;


7. Note-se, caso a caso, (Loures, Sacavenense, Camarate, Santa Iria, Tojal, etc. etc.) que estão completamente "sufocados". Ficaram todos mais alindados, o verde dá-lhes um outro aspecto e torna-os convidativos, mas na maior parte dos casos são meros rectangulos esverdinhados que não vão servir para mais nada, que não podem crescer, que não podem sequer adoptar dimensões maiores permitidas pelos regulamentos federativos;


8. Dir-se-á que são à medida das ambições dos dirigentes e das massas associativas. Não estou certo disso. Hoje, haverá quem esteja "contentinho" com a situação e não almeja mais nada. Amanhã não sabemos de que fibra, que horizontes, terão os dirigentes desportivos do Concelho de Loures. Alguém que veja um pouco mais longe vai ser confrontado com os sufocantes limites de um caquético rectângulo verde para a prática (exclusiva) do futebol. Alguém que tenha outra ambição para o seu Clube, para a sua terra, para as crianças e jovens da sua comunidade, irá perguntar-se como foi possível um tal disparate;


9. É-se obrigado a esquecer qualquer desenvolvimento desportivo. Estar-se-á confinado ao futebol e à mediocridade de instalações e de condições;


Direi pois que o presente está envenenado. Terá sido seguido este caminho por má fé ? Não creio. Francamente, acho que é por ignorância, incompetência, falta de ambição, oportunismo. E nada mais;


Desconfio, não sei de nada, mas desconfio, que com o argumento de "ainda há pouco fizemos o arrelvamento do vosso campo", durante os próximos anos não será concedido nenhum apoio ao desenvolvimento das infraestruturas desportivas dos Clubes (excepção feita evidentemente para algum caso de "amigos muitos especiais" na direcção de algum Clube);


Mas também uma estratégia desportiva (nem que seja só para o futebol) não verá certamente a luz do dia na manobra da Câmara de Loures. É que um desenvolvimento desportivo sustentado não produz resultados imediatos e não é passível de inaugurações. Portanto, não cabe nos objectivos próximos do comando político do Município;


O actual Presidente da Câmara prometeu-nos golfe nas escolas (não podiam ser só desportos populares, dizia ele). Investiu o que tinha e não tinha (a Câmara tem uma brutal divída acumulada aos seus fornecedores) para arrelvar sintéticamente muitos campos de futebol. E não passou disso. Como se sabe, os alunos das nossa escolas continuam a ouvir falar de golfe apenas pela televisão;


Tanto relvado sintético é ainda uma farsa, porque bem sabemos que a mioria dos Clubes se encontra à míngua de tudo e, em muitos casos, nem Corpos Sociais eleitos conseguem ter, pelo que não se vislumbra como é possível executar qualquer Plano de Desenvolvimento do Futebol em Loures, caso fosse esse o objectivo. E só podia ser esse, para um tão elevado investimento público;

É que se os Clubes fecharem (alguns - infelizmente - estão nesse rumo), nem as vacas vão poder pastar. A relva é sintética e está "envenenada".



26.5.10

Pub

Em assumida letargia há cerca de um ano, este blogue volta ao activo, embora apenas com publicidade, que passou a aceitar, desde que a dita respeite a lei, os estatutos e se reporte a uma causa respeitável.