29.6.06

Economistas-fracasso-sempre-em-pé.

Desde cedo, após a Revolução libertadora de 25 de Abril de 1974, que um grupo de economistas forjados em correntes conservadoras e liberais, iniciaram com as suas opiniões, visões e aldrabices várias, o condicionamento do desenvolvimento do país na sua nova fase de vida democrática.

Pode dizer-se que passam já 30 anos de receitas, soluções, caminhos e políticas que nos remeteram para um plano inclinado de derrapagens, déficit’s, dificuldades, sacrifícios (para muitos em benefício de poucos), desequilíbrios, rácios e estatísticas pouco abonatórias.

Do que me recordo, porque nunca acertam, a culpa já foi de Vasco Gonçalves, das Nacionalizações, da Constituição, da conjuntura internacional, dos preços do petróleo e agora até é dos funcionários públicos. Em paralelo, foi desarticulado o aparelho produtivo, tocou-se a finados pelas pescas, deu-se a extrema unção à agricultura, ofereceu-se o suicídio ao turismo.

Ou seja, estes senhores economistas-fracasso-sempre-em-pé, que nunca se enganam e raramente têm dúvidas, que directamente ou por interpostas pessoas governam o país há já 30 anos consecutivos, continuam a remeter-nos para o fundo, mantendo-se arrogantes, mentirosos e sempre-em-pé. Em 30 anos não criaram uma alternativa credível e consistente e o país não tem estratégia para nada. Receberam e malbarataram milhares de milhões de euros.

Pergunto-me que ser inteligente anda 30 anos a errar consecutivamente e, consecutivamente persiste nos seus erros ? Ora, se esta hipótese é pouco plausível, só nos resta admitir que sabem muito bem o que andam a fazer e, como se tem visto, não é a defender os interesses do país ou dos portugueses, pelo menos, não de todos os portugueses.

São governantes às vezes, “especialistas” outras vezes e, numa e noutra posição, revezando-se, vêm aconselhar-nos, candidamente, sobre os melhores caminhos, as políticas inevitáveis, as reformas indispensáveis. Irra, são 30 anos a pagarmos com língua de palmo, tangas económicas, conversas cifradas, mentirolas estudadas, incompetências disfarçadas e, sobretudo, a pagarmos o bem estar de muito poucos, que esta cáfila de economistas-gestores-banqueiros-cronistas-comentadores-ministros-secretários de estado-administradores servem.

Não acha que é demais ? Que já aí estão à tempo de mais ? Não lhe parece que é tempo de mudar a sério ?

A propósito de uma resposta
Caro Vereador Ricardo Leão, como sabe, tenho grande estima pessoal por si, por isso apenas breves observações: a) eu e os meus antecessores no pelouro da cultura da Câmara Municipal de Loures, só lhe podemos agradecer pelo relato que faz do que foram as nossas realizações. Desejo-lhe francamente que seja capaz de fazer tanto ou melhor; b) o que fizemos – museus, bibliotecas, carta arqueológica, etc, etc, - foram decisões e opções políticas e não técnicas; c) Nunca pediria a ninguém que me escrevesse respostas do tipo da que assinou, nem permitiria que me colocassem à frente textos desses para eu assinar; d) É certo que estive escassos 3 anos no pelouro da Cultura mas, por franca amizade, permita-me que lhe transmita, com modéstia, o seguinte principio que adoptei: os dirigentes municipais auferem o seu vencimento para prestar serviços ao Município de Loures e às suas populações e não para deambular pelo país a prestar serviços a outras autarquias, seja com que máscara for; e) por fim, não me vi desmentido, o que li, são meras granadas de fumo, que podem turvar temporariamente a visão dos fenómenos, mas não os alteram. Cumprimentos.

19.6.06

Mobilidades… para que vos queremos?!...

Em Junho de 2003, a Câmara Municipal de Loures assumiu um compromisso político com os munícipes de Loures e com o país, que consistia numa pré-estratégia de intervenção nas problemáticas da mobilidade e dos meios alternativos de transporte, na redução das emissões gasosas, etc.

Eis adiante as medidas então acolhidas pelo Executivo Municipal:
o Aprofundar o estudo de implementação de ciclovias, com vista á sua implementação gradual a partir de 2004.
o Aprovação em 2004 de medidas de estímulo à abertura de ciclovias em novas urbanizações a aprovar, nomeadamente pelo incentivo proporcionado por reduções nas taxas a aplicar.
o Estudo da possibilidade / conveniência de encerramento definitivo ao trânsito de alguns troços urbanos existentes em vilas e cidades do Concelho.
o Aumento do número de lugares disponíveis para estacionamento de motas e bicicletas no Concelho.
o Possibilidade de implementação gradual de substituição de sinalização vertical de trânsito por sinalização horizontal (à semelhança do existente nalgumas cidades europeias, onde quase não se usa sinalização vertical); este facto seria particularmente relevante em zonas de passeios estreitos, nomeadamente nalgumas vilas e cidades do Concelho; paralelamente tentar corrigir gradualmente, com o apoio da PSP, a situação pouco digna de se encontrarem em várias zonas urbanas, passeios sistematicamente ocupados de forma ilegal, com viaturas. Estas medidas são particularmente significativas de anunciar em 2003, dado ser o “ Ano Europeu das Pessoas com Deficiência”.
o Deliberação no sentido de aprofundar com as freguesias o esclarecimento da conveniência de estabelecimento do sistema de estacionamento de duração limitada, e gratuito para residentes, como forma de melhorar a qualidade de vida, o estacionamento e a circulação.
o Deliberação no sentido de se estudar, de forma planificada, o impacto ambiental (nomeadamente, poluição do ar e sonora) das condições de trânsito nos principais centros e eixos urbanos e suburbanos.
o Deliberação no sentido de se discutir as condições de cargas e descargas, bem como o cumprimento de restrições à circulação em várias zonas do Concelho.
o Deliberação sobre importância do “ metro de superfície” na qualidade de acesso ao Concelho, bem como do estudo das condições de coordenação dos transportes colectivos com as necessidades dos utentes do Concelho.
o Deliberação sobre divulgação de estudos internacionais sobre formas de possíveis partilhas de utilização de viaturas, quer para residentes quer para visitantes, contribuindo para uma redução de consumo de combustíveis.
o Deliberação sobre eventuais medidas de promoção de fontes de energia alternativa (eólica, solar ou biogás) no cumprimento das Directivas Europeias.
o Informação sobre os trabalhos em curso de melhoria e aproveitamento ambiental da antiga estrada Lousa / Montachique.

Este conjunto de medidas, ainda avulsas, indiciavam um caminho a prosseguir, apontavam objectivos, delineavam uma responsabilidade política e ambiental. Estas medidas foram apresentadas em Conferência de Imprensa pelo Presidente da Câmara, pelo Vereador do Urbanismo e pelo Vereador do Ambiente.

Três anos depois, quanto a estratégia, faz de conta que não se falou de nada. Afinal, que coisa é essa da estratégia?!...

Três anos depois, medidas avulsas, faz de conta que não se falou de nada.
Medidas avulsas, não vale a pena. É preciso é uma estratégia!...

E assim, nem o simbólico Dia Europeu Sem Carros, vai ser assinalado no Concelho de Loures, uma vez mais.

Não vale a pena dizer mais nada, pois não ?!...