Nestes 3 últimos anos, com o PS na Câmara de Loures, caiu abruptamente a actividade desportiva em todo o Concelho. Uma visão limitada e focalizada no desporto-espectáculo - em muitos casos de desporto-pimba, associada ao desejo de instrumentalização eleitoral dos epi-fenómenos desportivos que são promovidos, transformaram a Câmara de Loures numa mera “barriga de aluguer” da actividade desportiva promovida por particulares, empresas e clubes de fora do Concelho.
Parece que se acredita, na actual gestão municipal, que o fomento desportivo ocorre por osmose. Ou seja, bastaria que uma qualquer entidade promovesse uma qualquer iniciativa desportiva, em qualquer modalidade, que imediatamente se teria uma onda de entusiasmo, de adesão e prática da modalidade.
É certamente por aposta numa ilusória osmose desportiva que o Pelouro do Desporto da Câmara de Loures tem apadrinhado tudo o que são “pacotes comerciais desportivos”, do kick-boxing ao triatlo, ao mesmo tempo que as modalidades olímpicas com tradição e praticantes confirmados na área do Município fenecem, como o Basquetebol, o Andebol, a Ginástica, o Voleibol, o Judo, o Ciclismo, entre outros.
Também o Xadrez, em apenas 3 anos regrediu a um nível de há 3 décadas. O Atletismo não parece revelar grande dinâmica, em despertar interesse a muitos novos praticantes. O Ténis não merece um euro de investimento e, se passassemos em revista as modalidades mais praticadas e acarinhadas em Portugal, sobraria deste panorama desolador e preocupante, o Futebol e o Futsal.
Para este último, que tem revelado crescimento de praticantes e dinamismo um pouco por todo o lado, verifica-se uma completa ausência de estratégia. Só funciona mesmo o “útero de protocolo” em que está transformado o Pavilhão Paz e Amizade, permanentemente cedido às equipas profissionais de futsal, primeiro do Benfica, agora do Sporting. Passa na televisão ? Sim, passa. Mas esse é exactamente o problema: tudo passa e nada fica!
Interroguemo-nos e observemos. O Benfica usou durante 2 anos os meios autárquicos para o seu sucesso desportivo, pavilhões, autocarros, apoios vários. O que é que ficou ? Umas efémeras imagens televisivas das quais já ninguém se lembra. Nenhuma vantagem identificável para a juventude do Concelho.
Já no futebol, a modalidade de maior adesão e mais disseminada prática, o desnorte é completo. Á falta evidente de empenhamento na formação desportiva e de investimento em infraestruturas desportivas, opõem-se tentativas reiteradas de instrumentalização dos clubes com ilusões várias, desde arrelvamentos garantidos até Estádios a construir (sabe-se lá quando e onde!?...), aliciamento dos dirigentes .
E note-se, por fim, que nos últimos 3 anos, os novos equipamentos desportivos construídos no Concelho de Loures, são a piscina de Santo António dos Cavaleiros, projecto elaborado no anterior mandato pela anterior gestão, bem como, os Pavilhões Desportivos nas Escolas da Portela, Santa Iria de Azóia, Sacavém, Camarate, Bobadela, Catujal-Unhos, Santo António dos Cavaleiros e Bucelas, negociados por mim próprio com o Sr. Director Regional de Educação à época, Eng. José Revez.
Nada mais. Nem um novo equipamento, nem uma nova ideia. Fizeram-se uns meros remendos aqui e além e perspectivam-se umas adaptações grosseiras acoli e acolá.
Mesmo os parques desportivos municipais existentes são alugados a privados para a sua exploração. Aqui, resta saber que fomento desportivo se obtem e com que custos para quem a procura. Será uma fórmula justa e socialmente adequada?
Infelizmente, Loures está transformado em “barriga de aluguer”. Não gera os seus filhos, anda a dar vida aos filhos dos outros.
Este espaço é de opinião. Concentra opinião publicada por outros meios, mas também textos originais. Uma e outros têm uma coisa em comum: expressam ideias e pontos de vista próprios, por vezes, fora do carreiro.
31.12.04
23.12.04
O país a votos... o voto é útil.
O país vai a votos após meses de angústia, completa descrença e infindável desorientação. Do meu ponto de vista, a justificação para a utilidade do voto: pôr cobro a esta coisa inexplicável a que chamaram governação e nos fustigou nos últimos 2 anos e 4 sofridos meses e gerar a alternativa (repare-se que falo de alternativa e não de alternância) que o país necessita e os portugueses merecem.
Nestes momentos de crise, mais ou menos acentuada, perante um momento eleitoral, emergem insinuantes teorias – diferentes da minha e que acima expus - sobre o voto útil. A tais teses correspondem normalmente, pungentes pedidos de “maiorias absolutas”. Eis, o nosso caso presentemente.
Enquanto o plastic smile man José Sócrates clama, mendiga e ameaça uma “maioria absoluta” (absoluta ?!..., que termo impróprio para um político da esquerda moderna (?)), iluminados e animados comentadores políticos fazem contas a alianças, acordos, contratos e outros formatos de associação partidária ante e pós eleitoral e... teorizam sobre o voto útil.
Cá está o SISTEMA a funcionar, à semelhança do que se diria em futebolês a propósito de matérias semelhantes no universo do futebol. E o SISTEMA é no caso, a vertigem colectiva em que se deixam arrastar e arrastam quer os agentes políticos, quer os fazedores de opinião – uns voluntariamente, outros nem por isso, para que se produza uma alternância e não uma alternativa. No fundo, o desejo de que tudo mude, desde que, evidentemente, tudo fique na mesma!
Na circunstância sinto que devia também reflectir sobre a utilidade do voto, em especial, do meu voto. Acabei por adoptar, sem deliberadamente optar, ao pensar sobre o assunto, uma metodologia de exclusão de partes.
A saber: a) Impensável dar o meu voto aos partidos de direita. Para além, de tudo o que representam, está tudo o que fizeram; b) E o atraente Berloque ? Aceito a nobreza da arte do ilusionismo, mas na governação do nosso dia-a-dia, tenham paciência... para esse peditório não dou; c) O PS de Sócrates para além da imensa incógnita do que pode ser a sua acção governativa, suscita uma reserva sem limites, desde logo, com as suas manobras para obter “maioria absoluta”. Desconfio o mais possível daqueles que desejam ser únicos e absolutos; d) A CDU emerge neste contexto como a única possibilidade de voto verdadeiramente útil.
O voto na CDU é útil porque é um voto contra a direita e serve para a impedir de voltar ao Governo. O voto na CDU é útil, porque na medida em que a CDU tenha substancialmente mais votos e deputados que o PP, tanto melhor se assegura uma vitória da esquerda e se viabiliza um Governo de esquerda. O voto na CDU é útil, porque serve para impedir maiorias absolutas (só aparentemente as maiorias absolutas são estáveis. A história recente da nossa democracia, demonstra-o) onde, quem a conquista, se sente eximido à dinâmica da democracia e se sente legitimado para tudo, com o pretexto do apoio popular que recebeu nas urnas. O voto na CDU é útil, para impedir que o Bloco de Esquerda, por exemplo, avalize, sem mais, qualquer orçamento, de qualquer Governo, com quaisquer objectivos. O voto na CDU é útil, para obrigar o PS a prescindir dos seus objectivos hegemónicos e de mera alternância e a negociar à esquerda as políticas de que o país precisa, proporcionando a oportunidade de um largo e durável entendimento das forças sociais e políticas mais progressistas.
Nestes momentos de crise, mais ou menos acentuada, perante um momento eleitoral, emergem insinuantes teorias – diferentes da minha e que acima expus - sobre o voto útil. A tais teses correspondem normalmente, pungentes pedidos de “maiorias absolutas”. Eis, o nosso caso presentemente.
Enquanto o plastic smile man José Sócrates clama, mendiga e ameaça uma “maioria absoluta” (absoluta ?!..., que termo impróprio para um político da esquerda moderna (?)), iluminados e animados comentadores políticos fazem contas a alianças, acordos, contratos e outros formatos de associação partidária ante e pós eleitoral e... teorizam sobre o voto útil.
Cá está o SISTEMA a funcionar, à semelhança do que se diria em futebolês a propósito de matérias semelhantes no universo do futebol. E o SISTEMA é no caso, a vertigem colectiva em que se deixam arrastar e arrastam quer os agentes políticos, quer os fazedores de opinião – uns voluntariamente, outros nem por isso, para que se produza uma alternância e não uma alternativa. No fundo, o desejo de que tudo mude, desde que, evidentemente, tudo fique na mesma!
Na circunstância sinto que devia também reflectir sobre a utilidade do voto, em especial, do meu voto. Acabei por adoptar, sem deliberadamente optar, ao pensar sobre o assunto, uma metodologia de exclusão de partes.
A saber: a) Impensável dar o meu voto aos partidos de direita. Para além, de tudo o que representam, está tudo o que fizeram; b) E o atraente Berloque ? Aceito a nobreza da arte do ilusionismo, mas na governação do nosso dia-a-dia, tenham paciência... para esse peditório não dou; c) O PS de Sócrates para além da imensa incógnita do que pode ser a sua acção governativa, suscita uma reserva sem limites, desde logo, com as suas manobras para obter “maioria absoluta”. Desconfio o mais possível daqueles que desejam ser únicos e absolutos; d) A CDU emerge neste contexto como a única possibilidade de voto verdadeiramente útil.
O voto na CDU é útil porque é um voto contra a direita e serve para a impedir de voltar ao Governo. O voto na CDU é útil, porque na medida em que a CDU tenha substancialmente mais votos e deputados que o PP, tanto melhor se assegura uma vitória da esquerda e se viabiliza um Governo de esquerda. O voto na CDU é útil, porque serve para impedir maiorias absolutas (só aparentemente as maiorias absolutas são estáveis. A história recente da nossa democracia, demonstra-o) onde, quem a conquista, se sente eximido à dinâmica da democracia e se sente legitimado para tudo, com o pretexto do apoio popular que recebeu nas urnas. O voto na CDU é útil, para impedir que o Bloco de Esquerda, por exemplo, avalize, sem mais, qualquer orçamento, de qualquer Governo, com quaisquer objectivos. O voto na CDU é útil, para obrigar o PS a prescindir dos seus objectivos hegemónicos e de mera alternância e a negociar à esquerda as políticas de que o país precisa, proporcionando a oportunidade de um largo e durável entendimento das forças sociais e políticas mais progressistas.
Enfim, o voto é sempre útil, mas não tenho qualquer dúvida que, desta vez, só há um voto útil possível, ou seja, efectivamente útil.
8.12.04
Pontos nos iis!
Hesitei durante algum tempo, antes de produzir este escrito. Acabei por entender que ou o faria agora ou não o faria de todo. Faço-o por muitas pessoas que me merecem o maior respeito e a quem – queira ou não – me dirijo.
Num breve relance, concluí, não sem uma certa surpresa (como o tempo passa depressa!...), que levo já mais de 25 anos de actividade cívica e política. Entre as diversas organizações às quais dei a minha participação, avultam pelo seu significado na minha vida e na minha formação pessoal, humana e de cidadania, o meu “velhinho” Sacavenense e o Partido Comunista Português. Não me deterei, agora, a explicar porque digo isto. Fica dito, apenas.
Poderia, por um sem número de testemunhos, porventura, recrutados naquelas instituições, fazer confirmar que não é possível colar-me rótulos, fixar-me anátemas, resumir-me a qualquer postulado obscurantista, associar-me devoções. Evidentemente, não convoco qualquer testemunha, mas quero aqui sublinhar, a quem o não saiba ou que presuma outra qualquer coisa, que sendo influenciável, como qualquer ser societário, não é possível remeter-me para qualquer sarcófago do pensamento, encerrar-me em qualquer matriz filosófica empedernida ou enlear-me em qualquer teia de cumplicidades serôdias.
Portanto, que fique claro para quem vê a vida só a “preto e branco” ou que, como o ditador de má memória acha que “quem não é por mim é contra mim”, que tal formulação é-me inaplicável.
E não menos importante de ser dito: é impossível encontrar-me a conspirar. Eu não conspiro. Disse e digo sempre o que penso e o que acho, por voz própria e com total assunção da respectiva responsabilidade.
É a “tal velha escola” (do segundo parágrafo) que carrego, orgulhoso, em ombros ! Vai para todo o lado para onde eu vou!...
É por isso que não me peçam “alinhamentos” sem fundamento, sem razão e sem virtude, em nome de uma “resistência” que não entendo ou de “uns amanhãs que hão-de cantar” a partir do nada, como se se tratasse de uma nova versão da “Fénix renascida” encomendada por catálogo para aproveitar a promoção.
Num breve relance, concluí, não sem uma certa surpresa (como o tempo passa depressa!...), que levo já mais de 25 anos de actividade cívica e política. Entre as diversas organizações às quais dei a minha participação, avultam pelo seu significado na minha vida e na minha formação pessoal, humana e de cidadania, o meu “velhinho” Sacavenense e o Partido Comunista Português. Não me deterei, agora, a explicar porque digo isto. Fica dito, apenas.
Poderia, por um sem número de testemunhos, porventura, recrutados naquelas instituições, fazer confirmar que não é possível colar-me rótulos, fixar-me anátemas, resumir-me a qualquer postulado obscurantista, associar-me devoções. Evidentemente, não convoco qualquer testemunha, mas quero aqui sublinhar, a quem o não saiba ou que presuma outra qualquer coisa, que sendo influenciável, como qualquer ser societário, não é possível remeter-me para qualquer sarcófago do pensamento, encerrar-me em qualquer matriz filosófica empedernida ou enlear-me em qualquer teia de cumplicidades serôdias.
Portanto, que fique claro para quem vê a vida só a “preto e branco” ou que, como o ditador de má memória acha que “quem não é por mim é contra mim”, que tal formulação é-me inaplicável.
E não menos importante de ser dito: é impossível encontrar-me a conspirar. Eu não conspiro. Disse e digo sempre o que penso e o que acho, por voz própria e com total assunção da respectiva responsabilidade.
É a “tal velha escola” (do segundo parágrafo) que carrego, orgulhoso, em ombros ! Vai para todo o lado para onde eu vou!...
É por isso que não me peçam “alinhamentos” sem fundamento, sem razão e sem virtude, em nome de uma “resistência” que não entendo ou de “uns amanhãs que hão-de cantar” a partir do nada, como se se tratasse de uma nova versão da “Fénix renascida” encomendada por catálogo para aproveitar a promoção.
08 de Dezembro de 2004
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